sábado, 22 de maio de 2010

DESCANÇÃO DO EXÍLIO



Minha terra tem mais bananeira
Onde canta o reco-reco
Os sapos que aqui rouquejam
Foram sempre os marrecos.

Nossa tristeza tem mais reluz
Nossa angústia não tem mais dor,
Sendo no sangue de índios ingênuos, cor
Nossa gente no confisco conduz.

Em sonhos de realidade
Inconsciente a tomar
Querendo encontrar
Os jardins que passam lá.

Minha terra não tem rima nem tiro certo em carabina.
Relva milenar da geração terceira no Brejo das Almas de um mineiro.
Se lá na minha terra tem somente bananeiras?
Ora, prima feiticeira que também tem os pés das goiabeiras.
Saudade da paineira no ar do jardim das mineiras.

Minha rima não tem mais prima,
Minha prima nenhum amor
Permitais abismos abandonar Dolores
Não que o céu tem muitos amores,
Alfena cataclísmica, mesmo que aviste o coqueiro,
Onde canta o sabiá e as baratas marginalizadas?
E o sapo Jururu?
O povo quer leite com angu.

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