quinta-feira, 29 de abril de 2010

trocas poéticas com Dionisio Donato e o poeta lobo

TEM DE TUDO diz o poeta Donato:

Tem café no bule?
Tem bule na casa?
Tem casa na cidade?
Tem cidade no mundo?
Tem mundo no universo?
Tem universo no tudo?
Tem tudo muito mais...
Tem homem na vida,
Vida no intervalo eterno,
Eternidade mortal da morte ,
Infinitude no fim, começo final,
Afinal isso tudo não tem haver com o racional.
Tem tudo isso e um pouco mais,
Tem bastante de nós.

O POETA LOBO diz:

Tem café no bule
Cerveja no poço
Na geladeira, falta gás
La tem só um taco de rapadura
Água doce é na quartinha
Na lata de leite tem farinha
Na quina da mesa, meia cuia de juízo
Que to guardando pra usar na próxima eleição...
Mas posso emprestar um punhado, desde que devolva
Limpinho e bem passado.
http://cipotaneativa.ning.com/

2 comentários:

caetano trindade disse...

DESCANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem mais bananeira
Onde canta o reco-reco
Os sapos que aqui rouquejam
Foram sempre os marrecos.

Nossa tristeza tem mais reluz
Nossa angústia não tem mais dor,
Sendo no sangue de índios ingênuos, cor
Nossa gente no império conduz.

Em sonhos de realidade
Inconsciente a tomar
Querendo encontrar
Os jardins que passam lá.

Minha terra tem rima em tiro certo margarina.
relva milenar da humanidade terceira geration no “Brejo das Almas” de um mineiro.
Se lá na minha terra tem bananeiras?
Ora, prima feiticeira que também nos pés das goiabeiras.
Saudade da paineira peneirando no ar do jardim das mineiras.

Minha rima não tem mais prima,
Minha prima nenhum amor
Permitais abismos amar Dolores
“Não que o céu tem muitos amores”,
Alfena idade cataclísmica;
sem ressentimento
Mesmo que aviste o coqueiro,
Onde canta o sabiá?
E o sapo Jururu das baratas marginalizadas?

caetano trindade disse...

O amigo poeta morreu compreendendo-se, Serafim Egídio Natalício Vinícius.
Pessoa de cunha, moeda forte com forro, passagem e acalento.
Egídio para perto do porto da proa
No niilismo da vida via seu olhar que tudo via.
Viu-se a vida “louca” numa incompreensão insólita, arrancando o nó da garganta a corda da vida, a própria morte.
Morrem aqueles os quais não suportam o próprio torpor de profundeza.
Atualmente todo desejo é consumido no arcaísmo da vontade no consumo negado na afirmação da vida.
No morro capital a guerra virou comércio legal.
Esse século não mais me perturba, nem com turba, mesmo que devaste o nosso pequenino planeta Terra.
Porque aqui vamos circulados pelas idéias timbradas com cifrões com grandes declarações do imposto de renda e da capacidade de consumo nesta lei como regra.
O poeta suicidou-se.
O poeta suicidou-se?
O poeta suicidou-se.
Suicidou-se o poeta?
Este peso que pego é a mesma pegada do poeta.
Não renego, cuido dela tanto, até mesmo a planto.
Luto para o poeta Natalino da rua pedrada que escolheu a liberdade em tombar em si mesmo, a hecatombe, estica alma tirando lhe o corpo na mi longa.