quarta-feira, 28 de abril de 2010

Um poema de Dionisio Donato com o título "Responda minha deusa"


RESPONDA MINHA DEUSA


Minha querida, me responda:
Véus que cubra teu rosto,
Veja-me da janela e escondes
Acena do terreiro composto.

Mães e filhas desatinam,
Uns conversam com passarinhos,
Outros fogem dos ninhos,
Andam ouvindo conselhos, vam-se.

Saudade das rosas do seu vestido,
Olhares de seios semblantes,
Falando do mundo, marido.
Amor são amores de perdidos amantes.

Medo dos andares em dança,
Sanfonas, sinfonias no caminho
Saudade é lembrança, caixas de segredos, lança.

Fugindo no caminho dos vaga-lumes,
Estrelas cadentes caindo, oceano em quente limo.
Sonhos acordando, dormindo.

Sereia onde moras?
Se me escuta, responda!
Quantos dias nos consomem?
Se um dia não me responder.

Um comentário:

ACPP - Associação Cultural Pequeno Príncipe disse...

E agora Leminski?
O fogo apagou,
A língua secou,
O símbolo sumiu,
O homem murmurou
Mundo grego
Figuras de linguagem
Som, ar-repio rio.
Metáfora, analogia, intercalação,
Colóquio adverbial abundantemente.
Mina de fogo em nada.
Drummond, e agora?













DRUMOND

Drummond,
vi Dioniso no meio do caminho.
No meio do caminho,
vi Dioniso com a taça de vinho.
Nunca me esquecerei desse acontecimento,
Dionísio em festa no meio do caminho.
Drummond,
vi Dioniso no meio do caminho.
A água transformou-se em vinho.
Em meio a dança, estava Dionísio em abonança.
Ao lado, ele saltitava no meio do caminho.
Vi Dionísio, a festa, o vinho,
Drummond.

Ach, eu já estava esquecendo que vi no meio do caminho coisas itinerantes, saltei e fechei os olhos, vi moças curvas e donzelas.
Vi Afrodite era ela, a bela.
Drummond, os deuses e as deusas estão conosco, Drummond.
Só, vil.
http://xopoto.wordpress.com/