sábado, 22 de maio de 2010

DESCANÇÃO DO EXÍLIO



Minha terra tem mais bananeira
Onde canta o reco-reco
Os sapos que aqui rouquejam
Foram sempre os marrecos.

Nossa tristeza tem mais reluz
Nossa angústia não tem mais dor,
Sendo no sangue de índios ingênuos, cor
Nossa gente no confisco conduz.

Em sonhos de realidade
Inconsciente a tomar
Querendo encontrar
Os jardins que passam lá.

Minha terra não tem rima nem tiro certo em carabina.
Relva milenar da geração terceira no Brejo das Almas de um mineiro.
Se lá na minha terra tem somente bananeiras?
Ora, prima feiticeira que também tem os pés das goiabeiras.
Saudade da paineira no ar do jardim das mineiras.

Minha rima não tem mais prima,
Minha prima nenhum amor
Permitais abismos abandonar Dolores
Não que o céu tem muitos amores,
Alfena cataclísmica, mesmo que aviste o coqueiro,
Onde canta o sabiá e as baratas marginalizadas?
E o sapo Jururu?
O povo quer leite com angu.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sete pássaros cruzam o céu, madresilva, langlabertianos, tudo tudo. Poema só.

Nascemos em acúmulo de amor jogando versos na alma do mundo.
Concreção abstração.
Sete pássaros cruzam o céu,
madresilva, langlabertianos, tudo tudo.
Poema só.
Tem café no bule?
Ai, me vou, vôo o balão impresso na pintura expressa do voar do dia.
www.neuzaladeira.com.br

referente a: Quarto de dormir, quarto de pensar! (ver no Google Sidewiki)

sábado, 15 de maio de 2010

POÉTICA NEUZA LADEIRA e CAETANO TRINDADE

Intercalações

Caetano


Não canto a liberdade mas a legalidade de uma bruta nação

Não canto Drummond mas o verso que canta a procissão

Não canto só a vida mas a morte que alaga multidão

Nesta orquestra cantamos a lamúria ousadia solidão



Neuza



Sem alianças vivo o passar das horas sem incomodo

No silêncio profundo que me encontro o esplendor

Quando o alicerce cede há arroto instantâneo



Caetano

Ai que dores deveras sentem

Para onde vai toda esta gente

Veja, o amor sente em não ser prudente

Passa boi passa boiada

Nunca faltará amor na estrada

Como poeira em cavalgada

Nesta marcha que somos dois


Neuza


Dizem que morta estou e não sei

Vivo assim como você que nada tem para falar mas fala

De repente a explosão

O abicou pelo corpo o fósforo riscado e mascado

A mulher despida a fogueira acesa o corpo maculado

O mito rendido à ciência esculpida

A miséria tolerada nas arvore derrubadas à casa construída

Você desafinando a irmandade dividida




Caetano



Vem zunindo assim cordilheira da saudade

Vem sorrindo como voa a liberdade



Neuza

Deixou de acender as velas no altar

Deixaram os santos ali como estátuas

Não mais tomou o banho de ervas

Fechou-se embrenhou pela floresta



Caetano

O hipnótico jasmim sinaliza

Faço-me do que se ajuntou aquilo que sou



Neuza

Aqui os perigos são tantos que não mais quis saber e se entregou

O desagrado era real talões atitudes

Estas tão velhas tão cantadas

A musica no barulho diário

Minha graça tirou o brilho

Abriu-me o estreito

Desta pequenez soberba

Maio 2010
Sobre os autores:
Neuza Ladeira - http://www.neuzaladeira.com.br/
Caetano Trindade - http://xopoto.wordpress.com/

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Trajetos poéticos de Terezinha Cunha do gambá

Sobre o que diria a urtiga no ventre deste vale?
Traz-me um pouco de prece nesta merchandainging.
Os frutos produzidos em shoppings de malandragem
Valei- me desta certeza beleza de camaradagem.

O Sr. João Rosa enterra no cemitério corpos na insolidês* numa tarde de domingo.
Fina flor a flui felicidade
Broto brilhante beleza brios idade
Indo idéias idios-cio igualdade
O velho tupã conhece a arte da guerra, o curandeiro de tanta costa para coisa alguma.
De ralé a patrício a vida gira como espuma e o resto é a descrença no pessimismo, mas saboreie o seu espinho como perfume.
Festeje o seu perene festival de ardume, porque quanto mais se deseja, mais alcança e quanto mais alcança mais se deseja alcançar.
Eu só posso determinar ou conhecer algo, quando posso dispor-me de classificação, recursos, analise e manuseio (sonho).
Nenhum ser humano ousa errar, porque senão já teria o acertado.
O simplesmente ser humano em si é a maior justificação por si. Qual seria a outra causa?

*insolides podemos comparar como angústia existencial, formada e insólida. Solides consciência do ser solitário que todos marcham unicamente para o coletivo, é como efeito de bumerangue, vai e volta. Nem todo tempo somos unicamente a mesma coisa. Ninguém é o tempo todo solitário, nem todo tempo coletivo. Assim, quando digo pão francês, refiro-me ao pão francês que se encontra em todas padarias, ora quando digo nada, refiro-me alguma denominação imaginada sem imaginação na cabeça pessoal , mas original em todas marcas in solidaris, solitaris na insolides da solidão.
http://cipotaneativa.ning.com/

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Os torturadores foram anistiados resalta a poeta NL


POÉTICA

Uma educação de tendências num globo só
À imagem do verde oliva viaja o cotidiano
Os torturadores foram anistiados

Interessante este convívio ataco estripo maltrato mato mesmo

Seja lá quem for tudo em nome do Estado

Como o adolescente não dá nada para mim


Hoje faz quarenta anos que fui presa

Olho para a infra-estrutura social

Assisto a mesa dos barbas de bode covardes não punirem quem deveria sê-lo

Traduz-nos um péssimo desgosto

Um pais que passa apagador


Fugindo do pavor me pego apavorada amedrontada as pupilas coroam

Instalada num hospício onde sua razão decapitada foge da corrupção
A mulher vermelha no mundo visita o quarto florido das mulheres
Ali naquele jardim com aquele aroma viu o broto o despertar a flor aberta ... Sem fronteiras luta
O sofrimento imposto murchou na tortura a beleza que era A torre desponta no horizonte o prédio lilás nas curvas de minas O ônibus sobe a ladeira Aquele Conselho é antigo como a serra. NL
http://cipotaneativa.ning.com/